sábado, 12 de abril de 2014

Não sinto mais meu coração

Não sinto mais meu coração,
Sentia-o próximo, não sei mais achá-lo,
Não rio com ele e não mais choro,
No máximo me umedecem os olhos.

Estou reduzido a um órgão
Sou todo pele,
Sinto tudo à pele,
Sinto-me ali.

Sensações apavorantes me vêem,
Tremores elétricos, como se à beira
De uma passagem, de um desvio
Uma descarga de mim.

Sei que tenho pele mas não sei quem a tem,
Sonho, temo, e espero ao menos, quiçá
Eu tenha um abismo dentro de mim.

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